segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Primeiro Projeto - Mesa de centro (Parte 1)


Objetivo do projeto: testar conceitos estudados sobre Caixas de Torção e aprender com as dificuldades, adversidades, erros e acertos do primeiro projeto para podermos nos enveredar em águas mais turbulentas, com móveis um pouco maiores e complexos.

Justificativa: Como gastamos além do que temos na obra da casa, resolvemos que aprenderiamos a fazer nossos próprios móveis, pois temos dois filhos e não podemos nos dar o luxo de ficar encomendando esse tipo de serviço (infelizmente). Entre eles estão a bancada da cozinha americana e a mesa de jantar. Como não temos prática em trabalhos com madeira, escolhemos algo mais simples, barato e rápido de fazer.

Dimensões: 820x600x100 milímetros

O estudo das Caixas de Torção surgiram com a necessidade de fazermos a bancada e o tampo da mesa de jantar com espessura em torno de 5cm e fechados em baixo. Não queriamos algo muito pesado, então descartamos rapidíssimo a passibilidade de colar uma chapa na outra.

Veja também a Parte 2

Dia 1

Domingo (28/10/2012) desenhei essa pequena mesa e anotei a quantidade de peças e medidas de madeira que precisaria:

MDF 6mm
820x600 -> 2 peças

MDF 15mm
820x100 -> 2 peças
600x100 -> 2 peças
570x100 -> 3 peças
200x100 -> 6 peças
145x100 -> 2 peças

Os mais experientes devem ter olhado para as peças e dito "Vai dar errado!". Exatamente! Num primeiro momento, eu tinha feito os cálculos das peças corretamente, mas cabeça de programador é complicada por natureza, e fiz besteira: as 2 peças de 820x100 na verdade deveriam ser de 790x100, caso contrário eu não teria 820 e sim 850! Só fui ver isso depois que cheguei em casa, aí tive que ajustar tudo. Para quem tem uma bancada, serra tico-tico, circular, serrote, segueta que preste, missão mais do que simples: tirar 3 cm de cada peça. Eu não tenho material, só uma segueta com uma "base" para pequenos cortes, então tive que destacá-la e fazer o corte só com a serra. Legal, hein?!










OK, corte feito, caminho de rato traçado na madeira. Vamos colar e grampear a grade. Primeira etapa cumprida com sucesso, colei e grampeei as quatro peças maiores. Não ficou um primor, mas fazendo tudo na sacada de um apErtamento, sem nenhuma estrutura e conhecimento de causa, está ótimo!

Comecei a colar e grampear as peças menores. Marquei 20cm a partir da direita e 20 a partir da esquerda. Preferi ter as peças de 20cm e no último nicho colocar peças menores do que tentar fazer vários quadrados perfeitos.

Essa etapa foi feita da seguinte forma: primeiro duas peças de 20cm, depois a de 57.

Até que cheguei na última de 57cm, super empolgado e sem me dar conta de que a vaca estava chegando no brejo, colei as peças de 14,5cm... Deu zica! A última leva de peças de 20cm ficou extremamente torta, as de 14,5 não cabiam devidamente e causaram uma barriga na borda da caixa. Desastre total! Desmonta essa segunda metade, vai dormir, porque tem que acordar cedo pra ir trabalhar...




Dia 2

Segunda-feira (29/10/2012) cheguei do trabalho já pronto (e empolgado) para continuar essa empreitada. Já sabia que tinha dado problema na montagem da noite anterior, então resolvi mudar a estratégia:

Primeiro colei um lado do tampo, para também facilitar a colagem das peças restantes da caixa de torção - pode até ser que não facilite, mas na minha visão de novato, facilitou! Passei a cola, encaixei o tampo, posicionei o melhor que pude e... Afff, como é que eu vou prensar esse tampo para a secagem da cola? E agora, José? Não tenho grampo, presilha, ou qualquer acessório cujo o fim seja cumprir essa tarefa. "Lampadinha" acendeu: tenho aqui umas sacolas cheias de maçanetas, dobradiças e outras ferragens para a nova casa (são 11 portas + uma porta pivotante de 1,20m). É ferragem pra caramba! Seguindo um raciocínio de programador "todo padrão já foi gambiarra um dia", tomei coragem e sapequei as sacolas em cima do tampo. Deixei secar um bom tempo, levei a caixa para a sala para mostrar à minha esposa que acabara de botar as crianças para dormir e surgiu mais uma idéia de gênio(?): vou subir e testar a resistência dessa montagem! Tudo OK, aguentou os meus gordíssimos 60kg! :D




Hora de finalizar a grade. Como mencionado no Dia 1, as peças de 14,5cm ficaram 0,5cm maiores e com a minha super seguetinha ia ser um trabalho que ninguem quer ter fazer esses ajustes. Genialmente (mais uma vez :p), resolvi que não as ia colocar, ia testar esse último nicho sem essas peças. Aí veio a genialidade da minha esposa "vamos cortar essas 2 peças em 4 e colá-las nos cantos internos para aumentar a profundidade e a área para a furação e colocação dos parafusos dos pés". OK, colamos as peças e mais uma vez, sem ter como prensá-las, usamos as maçanetas!

Finalmente colamos o outro lado do tampo e fechamos a nossa caixinha! Mais uma vez, as maçanetas quebraram um galho, dessa vez somadas a uma cadeira de escritório (não tiramos foto disso, acreditam?).

Com a caixa fechada, super pesos em cima, veio a lembrança: não furamos o fundo antes de fechar para garantir que as pecinhas coladas nos cantos não irão se desprender durante o processo de furação. Bom, agora é ir dormir porque já está tarde de novo e rezar para que não tenhamos uma Mesa-de-centro-sineta-de-perna-bamba.



Dia 3

Terça-feira 30/10/2012 - Ansiosos para ver se a colagem do tampo prestou e preocupados para as crianças não bulinarem nesses objetos e se machucarem, fomos diretamente para a sala, tiramos nossos super pesos, agradecemos a ajuda deles (os pesos) e fomos verificar o resultado.

Algumas imperfeições surgiram, mas nada que nos desanimasse, muito pelo contrário. Estávamos super animados, pois só de pegar a caixa, percebiamos que ela estava bem firme e robusta!

Ao voltar do trabalho, passamos na loja e compramos uma plaina (já que não entendo patavinas disso, a escolha foi porque era a mais barata mesmo), uma segueta de verdade (HaHa!), um pote de F-12 Ipê, 3 folhas de lixa 220 para madeira (era a única que tinha, mais uma vez não foi uma escolha técnica).

A ideia da massa era para tampar as imperfeiçoes da colagem e esconder a junção das madeiras, pois vamos pintar a caixa. Hora de passar a plaina. Advinhem o que aconteceu com uma caixa com imperfeições e uma plaina na mão de quem não sabe usar? Zica de novo! Consegui ajustar as imperfeições da colagem, mas criei algumas marcas de guerra nas laterais da caixa.

Hora de emassar e lixar as laterais. Depois de muito emassa, lixa, tira pó, limpa chão, suja a bermuda, o pé, cabelo e tudo o mais. Primeira demão de massa passada, maioria das imperfeições corrigidas e felicidade total em ver o projeto se desenvolvendo, mesmo que aos tropeços!





Dia 4

Quarta-feira (31/10/2012) - De novo cheguei em casa doido pra trabalhar nessa criança. Fui para a minha varanda, olhei para a caixa, ela olhou pra mim e pediu: manda mais massa aí que minhas laterais estão todas com problemas!

Missão dada é missão cumprida! Emassei tudo, hahaha. Resolvi assim fazê-lo para não ter que ficar tentando consertar pequenos pedaços das laterais, não sou experiente, não vou assumir esse risco. Tome F12! Mas e agora, como vou desempenar isso se só tenho uma espátula pequena? O gênio da gambiarra atacou novamente: usei a régua de nível para passar na lateral, como se estivesse nivelando o reboco de uma parede! Deu +- certo, nivelou, mas algumas imperfeições ficaram na massa. Lixei tudo, inclusive as tampas, tirando os respingos de massa. Fiquei super satisfeito com o que consegui fazer.

Amanhã vou decidir se continuo brigando com as laterais da caixa ou se parto logo para a pintura. Talvez eu ainda dê mais uma chance ao F12 e à minha falta de experiência. Veremos...






Veja também a Parte 2

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